Diário Nº 03 - Entre os Ventos e as Estrelas - 21 a 31 de Dezembro

Quando chega ao Final do ano, as pessoas têm sempre o costume de dizer umas às outras: “Esse ano passou muito rápido!”. Eu realmente não sei o porquê nós o dizemos quando todos os anos têm o mesmo número de dias com exceção do ano bissexto.

Talvez por não termos aproveitado como devêssemos. Talvez tivéssemos ansiedade de ter vivido mais, de ter aproveitado mais. De ter amado mais! Ou talvez tivéssemos devotado nossas vidas em tantas coisas, menos naquilo que realmente importava: Investir seu tempo em Deus.

Termino meu ano, grato a Ele por quem Ele é, mas com um sentimento de poder ter aproveitado mais e de ter investido mais meu tempo com Ele. Se o tivesse feito melhor, talvez não tivesse passado por muitas desventuras que aconteceram nesse ano...

A terça feira antes do natal iniciou na madrugada com a despedida de Nando, Nessa e Júlia. A madrugada estava prestes a terminar quando eles deixaram a base. Os dias se tornaram bem vazios na base à medida que os dias passavam e íamos nos despedindo dos amigos que ou iriam embora ou iriam estar um tempo longe.

Naquela semana desci à São Paulo e me reencontrei com um grande amigo que há muito tempo não via:Jonathan. Passamos o dia juntos. Conversamos e percebemos que a última vez que estivemos juntos foi há mais de um ano! Realmente, o tempo passa rápido!

Nos despedimos e fui pra casa do Nilton, um dos missionários da Missão. Estive com sua maravilhosa família. Reencontrei na sua igreja várias famílias daqueles que partiram para o Uruguai e Bolívia. A Igreja onde o pai do Nilton é pastor se tornou uma igreja exemplo pra mim e pra muitos. Apesar de não ser considerada grande em números, enviou seis missionários ao campo e hoje sustenta sete ao total (até onde eu sei).

Assistimos Crônicas de Nárnia 3. Realmente um filme maravilhoso e a alusão que se faz ao Evangelho e às Palavras de Jesus nesse filme são impressionantes. No dia seguinte, após passar uma agradável manhã e início de tarde com a família de Nilton e seu amigo Diego (que também se tornara meu amigo) voltei a Monte Verde. Na verdade não cheguei a tempo de pegar o ultimo ônibus que subia pra Monte Verde devido ao engarrafamento em São Paulo que durou quase 2 horas, forçando-me a dormir num hotelzinho de estrada.

Cheguei no dia 24 pela manhã e passei o dia na base. À noite fizemos uma linda ceia. Estivemos com a família Botelho, além da família Medeiros e os que restaram na base. Fui dormir um pouco depois da meia noite após ligar pra minha família. Mais um ano que passo o Natal longe deles. O último foi em 2005.

Depois disso, os dias passaram devagar... Poucas coisas eu fiz na base devido ao pouco trabalho. Os dias se seguiram e logo outros também foram pras suas casas. Ficamos em seis. Nesse ínterim algumas pessoas que não via ou falava há 5 anos, voltaram a ter contacto comigo através do MSN. Isso foi interessante.

Termino o ano, agradecendo a Deus por tudo. Mesmo as coisas mais tristes que aconteceram ou que eu permiti que acontecessem serviram pra algo. Doloroso ou não, alegres ou não, marcantes de uma forma maravilhosa ou não, me ensinaram. Há uns três dias, após muitos dias de chuva a noite abriu e o céu estava estrelado. Parei no meio na base, no meio da escuridão onde pude olhar pra cima, contemplar um tapete de estrelas como só vi em Montevidéu, No Uruguai. Ali vi Deus. Ele estava ali. Era como se Ele dissesse pra mim; “Eu estou aqui, Sempre estarei aqui.” Senti saudades... Saudades dEle mais do que qualquer outra pessoa...

O vento que soprava, o frio que tocava meu rosto... O farfalhar das araucárias que quebrava o silêncio daquela majestosa noite que me cobria como um manto descendo do céu, me fazia refletir. Fazia-me querer voltar ao início. Parado entre os dois prédios da missão e no meio de toda aquela beleza que parecia ser só pra mim naquele instante, eu contemplava a noite. O que fazer, senão chorar? O que fazer senão me arrepender? O que fazer? Só pude me perder nos minutos que se seguiram... Eu podia ficar ali... Podia me congelar só pra que aquela Presença não fosse embora...

Se o tempo passa rápido pra todos nós por não termos aproveitado o tempo como disse anteriormente, talvez, pra Deus, seja diferente. Ele espera e espera até o momento que caiamos em nós mesmos e percebamos que o mais importante é estar com Ele. Olhando pra Ele; querendo somente a Ele; Sei que isso é poético e não muito teológico... Mas é o que sinto nesse instante nos devaneios de minha mente e emoções.

Desci a São Paulo no dia 30 para encontrar o irmão de Vanessa, Diógenes e sua esposa para hoje (dia 31/12) Estar em Botucatu. Reencontrar a família de Nessa e Nando e passar a virada do ano aqui, onde estou nesse exato momento, às 21h06min.

Interessante... Semelhante vento sopra neste momento. Não vejo o mesmo céu, pois as luzes da varanda me impedem de fazê-lo. Mas sei que as estrelas estão lá fora... Estão lá no céu a nos olhar. Dentro de alguns instantes os fogos estourarão.

Várias palavras serão ditas uns aos outros dizendo boas vindas ao novo ano. Enfim... O que desejo? Não sei... Só não quero os mesmo erros. Não quero o mal... Quero Deus. Mesmo que minha carne me insista como sempre o fez, pra virar as costas pra ELE. E eu sei... (Eu fiz isso muitas vezes). Eu o quero!

Ah! Como quero que esse vento não pare de soprar. Mesmo que minha fraqueza me insista a puxar-me ao abismo. Eu quero Deus... Ele é o Único a me suster...

Se desejo alguma coisa a você nesse dia que se finda, desejo isso: Que sua única vontade, desejo e anseio pra esse ano, seja o desejar DEUS! Que Deus Seja engrandecido pra todo o sempre e que esse mesmo vento sopre por Toda nossa vida. Que Ele seja o Senhor! Obrigado Deus...

TODA A GLORIA JESUS, NOSSO SENHOR

Violência

Quem é você que vem com toda essa fúria
Dizendo que não tem mais solução?
Quem é você que mascarado de força
Tenta ditar as regras nessa vida que logo passará?

Prometi a mim mesmo que não lamentaria
Na caminhada apenas me arrependeria...
Prometi a mim mesmo que contra ti lutaria.
Clamaria por ajuda e a ti resistiria...

Em promessas de amizades te tornastes meu pior inimigo
Com afagos e palavras tranqüilas, fostes a encarnação da hipocrisia.
Na caminhada que me prometestes o mundo, teu presente foi a minha angústia.
No olhar o espelho. Estavas lá... Zombando de minha decadência.

Não quero olhar mais teus olhos sem desejar tua morte.
Prometi a mim mesmo que ela não choraria.
Serei eu quem te levará ao túmulo...
Não será nenhum outro, serei eu!

Nessa guerra somente um sobreviverá.
Nessa luta, sangue derramado será.
E não chorarei o vermelho que não é meu
Tampouco gritarei a dor que suportarei.

Prometi a mim mesmo que guerrearia, e guerrearei!
Contra ti me levantarei e lutarei até morrer!
Violência contra ti clamarei.
Você que me fez conhecer quão porfiada uma lágrima pode ser...

Te tornastes meu pior Inimigo...
Eu que pensei que a Luz Decaída o fosse
E que o mundo que está contra mim fosse a tempestade mais difícil de suportar,
Foi tu, na verdade, o inimigo mais traiçoeiro a me enfrentar...

Já preparei minha arma e os seus tiros,
Os pregos que cravarei em teu corpo prontos já estão.
Todo meu furor direcionado contra ti está
O madeiro onde morrerás já tomou seu lugar.

Prometi a mim mesmo que não lamentaria
Toda violência contra o que é velho já se armou.
Este não mais se levantará,
E contra mim, sua arma não resistirá!

Você, meu maior inimigo...
Ego de um maldito “eu”...
Espelhos quebrados da angústia tolhida
O inimigo mascarado da caminhada não venceu!

Prometi a mim mesmo que não lamentaria!
E não lamentarei a morte que sofrerás
Não me arrependerei de cravar-te naquela cruz
Cruz que meu Mestre me ensinou a levar.

Ego maldito. Morra de uma vez!
Não me traga novamente a angústia, aquilo que lamentei!
Prometi a mim mesmo que eu não choraria
E sua morte definitiva, eu não chorarei!

Se tenho que fazer violência
Contra um somente eu farei
Contra o ego, furtivo da labuta
O único que me impede de ser o que serei!


Em Jesus, amado e consolado
Em Cristo, com outra estrutura
No madeiro, ego crucificado,
Em Cristo, uma Nova Criatura!

Diário Nº 02 - Novas Despedidas - De 12 a 20 de Dezembro

Fiquei até segunda na casa do meu amigo Bruno. Estar com ele foi muito bom. Agradeço amigo por me receber em sua casa. Voltei para a base da missão. Não foi aquela semana como o de prache, corrida... Cheio de coisas a faser... Muito pelo contrário... Foi uma quietude só.

Ao voltar de Campinas, na segunda á noite, fui para meu quarto refletir... Pensar sobre minha vida e futuro. Na verdade esses pensamentos são quase sempre uma constante em Minha vida...
Terça feira (14/12) eu fiquei em silêncio. O silêncio que muitas vezes se torna meu amigo. Mesmo pra uma pessoa agitada como eu, há momentos que o silêncio faz-se necessário. Mesmo quendo ele não é um amigo muito bem quisto.
Os amigos que restaram da leva que teve pro Uruguai e Bolívia, se preparavam ainda pra viagem. Alguns, de férias, voltariam pra passar o Fim de Ano com a família. O casal, Wesley e Rose, seguiria pro Uruguai e Jorge e David, os remanescentes da primeira turma do Uniásia, iriam pra Bolívia. Se eu achava que a base estava vazia, No sábado então se confirmou com a partida destes últimos.
É interessante ver como o Pai traça caminhos tão diferentes pra todos nós! Por isso não sabemos o quanto estaremos com a pessoa que está ao nosso lado. Pensando nisso é importante lembrar que "uma vida inteira não é longa o suficiente pra que vivamos como amigos". (Michael W. Smith em sua canção, 'Friends'). Então eu escolho e tento viver ao máximo, intensamente, com aqueles que estão ao meu redor e que amo muito...
Essa semana também mandei minha última carta relatando o trabalho missionário. Na verdade foi bem curta e falava do adiar de minha ida ao campo. Um dos meus amigos que recebeu tal carta me alertou ao fato de que nosso campo é onde quer que estejamos e apesar de não estar hoje no "campo transcultural", meu trabalho na base é importante, ou seja, eu já estou no CAMPO!!! Precisei cair em mim e reavaliar minhas palavras. Ele estava certo! Obrigado Elvis...
Ainda no Sábado fui padrinho de casamento de um casal que discipulei, aqui mesmo em Monte Verde. Elias e Dayla. Fiquei tão feliz pelo convite e lisongiado ao mesmo tempo... Eles são maravilhosos. Parabéns a vocês e que o Senhor os conserve nessa abençoada decisão! Conheci também o novo pastor da Ig. OBPC em Monte Verde. Um jovem senhor abençoadíssimo e cheio de paixão e vigor pela Obra de Deus...
Domingo o silêncio voltou a ser meu amigo e o pensamento de ter de me despedir na terça feira de uma família que durante esses dois anos, 2009 e 2010 se tornaram minha família também: Nando, Nessa e Julinha, me deixou um pouco inquieto. Como não expressar a falta que, com certeza, vocês me farão?
Eu sempre fui uma pessoa de expressar muito o que sinto em palavras... Ultimamente tô quieto... Por quê? Difícil dizer. Mas, talvez, esteja sendo melhor assim... Mas lágrimas, com certeza são derramadas... Sozinho ou coletivamente. Elas estão ali... Esperando a despedida.
6 anos... E ainda nao aprendi a lidar com isso. Talvez eu não queira aprender. Talvez eu queria ser eu mesmo!
Aos amigos que sempre estão comigo e aos que já partiram: Louvo a Deus por suas vidas. O Senhor, o Dono da Seara e o Conquistador de Nossas Almas, é Quem nos guia e sabe exatamente o tempo de chegar e o tempo de partir. Nessa aventura, Ele ainda nos presenteia com essas amizades, que por mais que o tempo passe, JAMAIS SERÃO ESQUECIDAS.

Amo Vocês...

"em todo o tempo ama o amigo e na angústia, nasce o irmão..." Provérbios 17:17

Diário Nº 01 - De Volta a Monte Verde - 04 e 11 dezembro de 2010.

Resolvi postar em meu Blog uma espécia de diário. Resumirei mais ou menos o que aconteceu na última semana sempre que possível...

Chegamos no dia 30/11 entretanto, fui pra São Paulo e depois sim fui pra base da missão. O tempo no Pará foi maravilhoso. Pude voltar a realizar algumas atividades depois de um tempo parado. Deus me deu muitos amigos naquele lugar.
A princípio fiquei alguns dias meio estranho comigo mesmo e com meus amigos. Calado. Pensativo... Veio à mente então que eu acostumo muito rápido ao lugar que estou depois de algumas semanas de estadia. Com o Pará, assim como o Uruguai não foi diferente. Amei a cultura, as pessoas e os amigos que o Pai me deu lá. Reacostumar ao meu cotidiano certamente seria mais um desafio.
Em São Paulo revi amigos maravilhosos como o Ton Dantas, Ludmila e Willian. Foi bom estar com eles apesar de estar calado...
Não consegui ir ao Rio como era planejado. Queria rever alguns amigos mas não deu certo. Voltei então pra Monte Verde onde revi a galera que tinha ficado aqui. Ainda estava quieto e com aquele sentimento costumeiro de saudades! A semana foi de uma preparação pra ida do pessoal do Uniasia pra o Uruguai e Bolivia. Então, aconteceram as despedidas. Lágrimas na quarta por aqueles que foram ao Uruguai. Lágrimas na quinta por aqueles que foram para bolívia e no fundo, aquele maravilhoso sentimento de que eles estavam indo pra cumprir a vontade do Pai.
Na quinta fui ao aeroporto despedir de alguns amigos que estavam indo pra Bolívia. Fiquei com meu amigo Aurélio e fomos pra casa de Susi. Aurelio e eu passamos a sexta em Sampa. A noite fui pra Campinas encontrar com meu amigo Bruno onde me havia convidado passar esse fim de semana com ele. Cansado, dormimos cedo e passei o sábado em sua casa enquanto ele foi cumprir seus compromissos, passei a manhã meditando no Senhor e lendo os Dois últimos capítulos de II CORÍNTIOS.
Percebi mais uma vez o quanto preciso mudar, o quanto apenas nosso trabalho pra Deus sem comunhão com Ele, nos afasta de Deus. O quanto Ele quer mais a comunhão do que qualquer outra coisa que possamos fazer.
Tenho reconhecido o quanto sou dependente e carente da Graça de Deus. O quanto muitas vezes meus pecados me consomem e me mancham diante do PAI. O quanto sou dependente de Sua Graça e o quanto também, preciso guerrear contra mim mesmo para cumprir Sua Vontade. Ele precisa ser Tudo na Minha vida. Mais do que minha família, minha vida, meus amigos...
Pra isso ser cumprido preciso guerrear. Guerrear contra meu censo crítico e minha ignorância. Contra meu próprio pecado e minha própria vontade.
Que Ele seja tudo em mim.
Apesar da saudade que sinto do Pará e dos amigos que Deus me deu lá, estou feliz por estar de volta ao Sudeste e rever amigos também, muito preciosos pra mim. Tanto em São Paulo e Minas como também aos meus amigos na base.
Nessa semana também tive um retorno de contato com um dos meus amigos que não via há cerca de 10 anos. Wanderson, hoje reverendo da Igreja Presbiteriana do Rio Grande do Sul. Isso me deixou muito feliz...

"para que não me exaltasse demais... foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear afim de não me exaltar." II Co 12.07

FLUMINENSE - CAMPEÃO 2010

Fico muito Feliz com o Título do Fluminense.

Mesmo que se diga tanta coisa, o Fluminense mereceu este título! Abraço a todos que torceram!

FLUZÃO CAMPEÂO
1970 - 1984 - 2010