Diário Nº 03 - Entre os Ventos e as Estrelas - 21 a 31 de Dezembro

Quando chega ao Final do ano, as pessoas têm sempre o costume de dizer umas às outras: “Esse ano passou muito rápido!”. Eu realmente não sei o porquê nós o dizemos quando todos os anos têm o mesmo número de dias com exceção do ano bissexto.

Talvez por não termos aproveitado como devêssemos. Talvez tivéssemos ansiedade de ter vivido mais, de ter aproveitado mais. De ter amado mais! Ou talvez tivéssemos devotado nossas vidas em tantas coisas, menos naquilo que realmente importava: Investir seu tempo em Deus.

Termino meu ano, grato a Ele por quem Ele é, mas com um sentimento de poder ter aproveitado mais e de ter investido mais meu tempo com Ele. Se o tivesse feito melhor, talvez não tivesse passado por muitas desventuras que aconteceram nesse ano...

A terça feira antes do natal iniciou na madrugada com a despedida de Nando, Nessa e Júlia. A madrugada estava prestes a terminar quando eles deixaram a base. Os dias se tornaram bem vazios na base à medida que os dias passavam e íamos nos despedindo dos amigos que ou iriam embora ou iriam estar um tempo longe.

Naquela semana desci à São Paulo e me reencontrei com um grande amigo que há muito tempo não via:Jonathan. Passamos o dia juntos. Conversamos e percebemos que a última vez que estivemos juntos foi há mais de um ano! Realmente, o tempo passa rápido!

Nos despedimos e fui pra casa do Nilton, um dos missionários da Missão. Estive com sua maravilhosa família. Reencontrei na sua igreja várias famílias daqueles que partiram para o Uruguai e Bolívia. A Igreja onde o pai do Nilton é pastor se tornou uma igreja exemplo pra mim e pra muitos. Apesar de não ser considerada grande em números, enviou seis missionários ao campo e hoje sustenta sete ao total (até onde eu sei).

Assistimos Crônicas de Nárnia 3. Realmente um filme maravilhoso e a alusão que se faz ao Evangelho e às Palavras de Jesus nesse filme são impressionantes. No dia seguinte, após passar uma agradável manhã e início de tarde com a família de Nilton e seu amigo Diego (que também se tornara meu amigo) voltei a Monte Verde. Na verdade não cheguei a tempo de pegar o ultimo ônibus que subia pra Monte Verde devido ao engarrafamento em São Paulo que durou quase 2 horas, forçando-me a dormir num hotelzinho de estrada.

Cheguei no dia 24 pela manhã e passei o dia na base. À noite fizemos uma linda ceia. Estivemos com a família Botelho, além da família Medeiros e os que restaram na base. Fui dormir um pouco depois da meia noite após ligar pra minha família. Mais um ano que passo o Natal longe deles. O último foi em 2005.

Depois disso, os dias passaram devagar... Poucas coisas eu fiz na base devido ao pouco trabalho. Os dias se seguiram e logo outros também foram pras suas casas. Ficamos em seis. Nesse ínterim algumas pessoas que não via ou falava há 5 anos, voltaram a ter contacto comigo através do MSN. Isso foi interessante.

Termino o ano, agradecendo a Deus por tudo. Mesmo as coisas mais tristes que aconteceram ou que eu permiti que acontecessem serviram pra algo. Doloroso ou não, alegres ou não, marcantes de uma forma maravilhosa ou não, me ensinaram. Há uns três dias, após muitos dias de chuva a noite abriu e o céu estava estrelado. Parei no meio na base, no meio da escuridão onde pude olhar pra cima, contemplar um tapete de estrelas como só vi em Montevidéu, No Uruguai. Ali vi Deus. Ele estava ali. Era como se Ele dissesse pra mim; “Eu estou aqui, Sempre estarei aqui.” Senti saudades... Saudades dEle mais do que qualquer outra pessoa...

O vento que soprava, o frio que tocava meu rosto... O farfalhar das araucárias que quebrava o silêncio daquela majestosa noite que me cobria como um manto descendo do céu, me fazia refletir. Fazia-me querer voltar ao início. Parado entre os dois prédios da missão e no meio de toda aquela beleza que parecia ser só pra mim naquele instante, eu contemplava a noite. O que fazer, senão chorar? O que fazer senão me arrepender? O que fazer? Só pude me perder nos minutos que se seguiram... Eu podia ficar ali... Podia me congelar só pra que aquela Presença não fosse embora...

Se o tempo passa rápido pra todos nós por não termos aproveitado o tempo como disse anteriormente, talvez, pra Deus, seja diferente. Ele espera e espera até o momento que caiamos em nós mesmos e percebamos que o mais importante é estar com Ele. Olhando pra Ele; querendo somente a Ele; Sei que isso é poético e não muito teológico... Mas é o que sinto nesse instante nos devaneios de minha mente e emoções.

Desci a São Paulo no dia 30 para encontrar o irmão de Vanessa, Diógenes e sua esposa para hoje (dia 31/12) Estar em Botucatu. Reencontrar a família de Nessa e Nando e passar a virada do ano aqui, onde estou nesse exato momento, às 21h06min.

Interessante... Semelhante vento sopra neste momento. Não vejo o mesmo céu, pois as luzes da varanda me impedem de fazê-lo. Mas sei que as estrelas estão lá fora... Estão lá no céu a nos olhar. Dentro de alguns instantes os fogos estourarão.

Várias palavras serão ditas uns aos outros dizendo boas vindas ao novo ano. Enfim... O que desejo? Não sei... Só não quero os mesmo erros. Não quero o mal... Quero Deus. Mesmo que minha carne me insista como sempre o fez, pra virar as costas pra ELE. E eu sei... (Eu fiz isso muitas vezes). Eu o quero!

Ah! Como quero que esse vento não pare de soprar. Mesmo que minha fraqueza me insista a puxar-me ao abismo. Eu quero Deus... Ele é o Único a me suster...

Se desejo alguma coisa a você nesse dia que se finda, desejo isso: Que sua única vontade, desejo e anseio pra esse ano, seja o desejar DEUS! Que Deus Seja engrandecido pra todo o sempre e que esse mesmo vento sopre por Toda nossa vida. Que Ele seja o Senhor! Obrigado Deus...

TODA A GLORIA JESUS, NOSSO SENHOR

Violência

Quem é você que vem com toda essa fúria
Dizendo que não tem mais solução?
Quem é você que mascarado de força
Tenta ditar as regras nessa vida que logo passará?

Prometi a mim mesmo que não lamentaria
Na caminhada apenas me arrependeria...
Prometi a mim mesmo que contra ti lutaria.
Clamaria por ajuda e a ti resistiria...

Em promessas de amizades te tornastes meu pior inimigo
Com afagos e palavras tranqüilas, fostes a encarnação da hipocrisia.
Na caminhada que me prometestes o mundo, teu presente foi a minha angústia.
No olhar o espelho. Estavas lá... Zombando de minha decadência.

Não quero olhar mais teus olhos sem desejar tua morte.
Prometi a mim mesmo que ela não choraria.
Serei eu quem te levará ao túmulo...
Não será nenhum outro, serei eu!

Nessa guerra somente um sobreviverá.
Nessa luta, sangue derramado será.
E não chorarei o vermelho que não é meu
Tampouco gritarei a dor que suportarei.

Prometi a mim mesmo que guerrearia, e guerrearei!
Contra ti me levantarei e lutarei até morrer!
Violência contra ti clamarei.
Você que me fez conhecer quão porfiada uma lágrima pode ser...

Te tornastes meu pior Inimigo...
Eu que pensei que a Luz Decaída o fosse
E que o mundo que está contra mim fosse a tempestade mais difícil de suportar,
Foi tu, na verdade, o inimigo mais traiçoeiro a me enfrentar...

Já preparei minha arma e os seus tiros,
Os pregos que cravarei em teu corpo prontos já estão.
Todo meu furor direcionado contra ti está
O madeiro onde morrerás já tomou seu lugar.

Prometi a mim mesmo que não lamentaria
Toda violência contra o que é velho já se armou.
Este não mais se levantará,
E contra mim, sua arma não resistirá!

Você, meu maior inimigo...
Ego de um maldito “eu”...
Espelhos quebrados da angústia tolhida
O inimigo mascarado da caminhada não venceu!

Prometi a mim mesmo que não lamentaria!
E não lamentarei a morte que sofrerás
Não me arrependerei de cravar-te naquela cruz
Cruz que meu Mestre me ensinou a levar.

Ego maldito. Morra de uma vez!
Não me traga novamente a angústia, aquilo que lamentei!
Prometi a mim mesmo que eu não choraria
E sua morte definitiva, eu não chorarei!

Se tenho que fazer violência
Contra um somente eu farei
Contra o ego, furtivo da labuta
O único que me impede de ser o que serei!


Em Jesus, amado e consolado
Em Cristo, com outra estrutura
No madeiro, ego crucificado,
Em Cristo, uma Nova Criatura!

Diário Nº 02 - Novas Despedidas - De 12 a 20 de Dezembro

Fiquei até segunda na casa do meu amigo Bruno. Estar com ele foi muito bom. Agradeço amigo por me receber em sua casa. Voltei para a base da missão. Não foi aquela semana como o de prache, corrida... Cheio de coisas a faser... Muito pelo contrário... Foi uma quietude só.

Ao voltar de Campinas, na segunda á noite, fui para meu quarto refletir... Pensar sobre minha vida e futuro. Na verdade esses pensamentos são quase sempre uma constante em Minha vida...
Terça feira (14/12) eu fiquei em silêncio. O silêncio que muitas vezes se torna meu amigo. Mesmo pra uma pessoa agitada como eu, há momentos que o silêncio faz-se necessário. Mesmo quendo ele não é um amigo muito bem quisto.
Os amigos que restaram da leva que teve pro Uruguai e Bolívia, se preparavam ainda pra viagem. Alguns, de férias, voltariam pra passar o Fim de Ano com a família. O casal, Wesley e Rose, seguiria pro Uruguai e Jorge e David, os remanescentes da primeira turma do Uniásia, iriam pra Bolívia. Se eu achava que a base estava vazia, No sábado então se confirmou com a partida destes últimos.
É interessante ver como o Pai traça caminhos tão diferentes pra todos nós! Por isso não sabemos o quanto estaremos com a pessoa que está ao nosso lado. Pensando nisso é importante lembrar que "uma vida inteira não é longa o suficiente pra que vivamos como amigos". (Michael W. Smith em sua canção, 'Friends'). Então eu escolho e tento viver ao máximo, intensamente, com aqueles que estão ao meu redor e que amo muito...
Essa semana também mandei minha última carta relatando o trabalho missionário. Na verdade foi bem curta e falava do adiar de minha ida ao campo. Um dos meus amigos que recebeu tal carta me alertou ao fato de que nosso campo é onde quer que estejamos e apesar de não estar hoje no "campo transcultural", meu trabalho na base é importante, ou seja, eu já estou no CAMPO!!! Precisei cair em mim e reavaliar minhas palavras. Ele estava certo! Obrigado Elvis...
Ainda no Sábado fui padrinho de casamento de um casal que discipulei, aqui mesmo em Monte Verde. Elias e Dayla. Fiquei tão feliz pelo convite e lisongiado ao mesmo tempo... Eles são maravilhosos. Parabéns a vocês e que o Senhor os conserve nessa abençoada decisão! Conheci também o novo pastor da Ig. OBPC em Monte Verde. Um jovem senhor abençoadíssimo e cheio de paixão e vigor pela Obra de Deus...
Domingo o silêncio voltou a ser meu amigo e o pensamento de ter de me despedir na terça feira de uma família que durante esses dois anos, 2009 e 2010 se tornaram minha família também: Nando, Nessa e Julinha, me deixou um pouco inquieto. Como não expressar a falta que, com certeza, vocês me farão?
Eu sempre fui uma pessoa de expressar muito o que sinto em palavras... Ultimamente tô quieto... Por quê? Difícil dizer. Mas, talvez, esteja sendo melhor assim... Mas lágrimas, com certeza são derramadas... Sozinho ou coletivamente. Elas estão ali... Esperando a despedida.
6 anos... E ainda nao aprendi a lidar com isso. Talvez eu não queira aprender. Talvez eu queria ser eu mesmo!
Aos amigos que sempre estão comigo e aos que já partiram: Louvo a Deus por suas vidas. O Senhor, o Dono da Seara e o Conquistador de Nossas Almas, é Quem nos guia e sabe exatamente o tempo de chegar e o tempo de partir. Nessa aventura, Ele ainda nos presenteia com essas amizades, que por mais que o tempo passe, JAMAIS SERÃO ESQUECIDAS.

Amo Vocês...

"em todo o tempo ama o amigo e na angústia, nasce o irmão..." Provérbios 17:17

Diário Nº 01 - De Volta a Monte Verde - 04 e 11 dezembro de 2010.

Resolvi postar em meu Blog uma espécia de diário. Resumirei mais ou menos o que aconteceu na última semana sempre que possível...

Chegamos no dia 30/11 entretanto, fui pra São Paulo e depois sim fui pra base da missão. O tempo no Pará foi maravilhoso. Pude voltar a realizar algumas atividades depois de um tempo parado. Deus me deu muitos amigos naquele lugar.
A princípio fiquei alguns dias meio estranho comigo mesmo e com meus amigos. Calado. Pensativo... Veio à mente então que eu acostumo muito rápido ao lugar que estou depois de algumas semanas de estadia. Com o Pará, assim como o Uruguai não foi diferente. Amei a cultura, as pessoas e os amigos que o Pai me deu lá. Reacostumar ao meu cotidiano certamente seria mais um desafio.
Em São Paulo revi amigos maravilhosos como o Ton Dantas, Ludmila e Willian. Foi bom estar com eles apesar de estar calado...
Não consegui ir ao Rio como era planejado. Queria rever alguns amigos mas não deu certo. Voltei então pra Monte Verde onde revi a galera que tinha ficado aqui. Ainda estava quieto e com aquele sentimento costumeiro de saudades! A semana foi de uma preparação pra ida do pessoal do Uniasia pra o Uruguai e Bolivia. Então, aconteceram as despedidas. Lágrimas na quarta por aqueles que foram ao Uruguai. Lágrimas na quinta por aqueles que foram para bolívia e no fundo, aquele maravilhoso sentimento de que eles estavam indo pra cumprir a vontade do Pai.
Na quinta fui ao aeroporto despedir de alguns amigos que estavam indo pra Bolívia. Fiquei com meu amigo Aurélio e fomos pra casa de Susi. Aurelio e eu passamos a sexta em Sampa. A noite fui pra Campinas encontrar com meu amigo Bruno onde me havia convidado passar esse fim de semana com ele. Cansado, dormimos cedo e passei o sábado em sua casa enquanto ele foi cumprir seus compromissos, passei a manhã meditando no Senhor e lendo os Dois últimos capítulos de II CORÍNTIOS.
Percebi mais uma vez o quanto preciso mudar, o quanto apenas nosso trabalho pra Deus sem comunhão com Ele, nos afasta de Deus. O quanto Ele quer mais a comunhão do que qualquer outra coisa que possamos fazer.
Tenho reconhecido o quanto sou dependente e carente da Graça de Deus. O quanto muitas vezes meus pecados me consomem e me mancham diante do PAI. O quanto sou dependente de Sua Graça e o quanto também, preciso guerrear contra mim mesmo para cumprir Sua Vontade. Ele precisa ser Tudo na Minha vida. Mais do que minha família, minha vida, meus amigos...
Pra isso ser cumprido preciso guerrear. Guerrear contra meu censo crítico e minha ignorância. Contra meu próprio pecado e minha própria vontade.
Que Ele seja tudo em mim.
Apesar da saudade que sinto do Pará e dos amigos que Deus me deu lá, estou feliz por estar de volta ao Sudeste e rever amigos também, muito preciosos pra mim. Tanto em São Paulo e Minas como também aos meus amigos na base.
Nessa semana também tive um retorno de contato com um dos meus amigos que não via há cerca de 10 anos. Wanderson, hoje reverendo da Igreja Presbiteriana do Rio Grande do Sul. Isso me deixou muito feliz...

"para que não me exaltasse demais... foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear afim de não me exaltar." II Co 12.07

FLUMINENSE - CAMPEÃO 2010

Fico muito Feliz com o Título do Fluminense.

Mesmo que se diga tanta coisa, o Fluminense mereceu este título! Abraço a todos que torceram!

FLUZÃO CAMPEÂO
1970 - 1984 - 2010

Você Não Pode Dizer "ADEUS"

Não, Não diga "adeus"
Não feche os olhos nesse momento.
Não caminhe por essas estrada...
Você não pode me dizer "adeus".

Olhemos para trás
Quanta estrada caminhamos juntos.
De mãos dadas em nossa amizade.
Olhando pra cima,
Consolando um ao outro com as palavras do Senhor.

Não, Você não pode me dizer "adeus"!
Como planejado
Ainda temos muitas batalhas a lutar,
Campos brancos a conquistar
Muito a sorrir e juntos a chorar.

Como será meu caminhar sozinho?
Se estivesses aqui, que palavras me dirias tu?
Não, Você não pode me dizer "adeus"!

"Amigo, um dia estaremos juntos outra vez
O vento que sopra na orla
ainda sobre ti soprará
Ele trará a mesma Voz
Que um dia nos consolou!"

"Amigo, um dia estaremos juntos outra vez
Nossa fé é a mesma, Nosso alvo é o mesmo
É Mesmo o nosso Deus.
Mesmo que sozinho nos dias seus,
Ele jamais deixará de te amar..."

"Amigo, mesmo que seja triste esse adeus,
A Deus, nosso Deus eu vou.
Vou para onde a Cruz me outorgou.
Vou para os braços de Jesus...
Onde um dia estarás também"

Como esse caminho se tornou pesado!
Olhei para o egoísmo de meu próprio coração.
De nossas vidas, Deus sempre teve a direção.
Não me tornarei em palavras, ousado...

Sei agora que não me deste um "adeus"
"Até breve" sim eu ouvi...
Lutarei confiante nAquele que nos amou.
Lutarei até o fim.
Seguirei firme sem baixar a guarda,
Seguindo o exemplo daquele que ao meu lado lutou.

Obrigado meu amigo.
Com lágrimas, deixo-te partir.
E mesmo que tua falta irei sentir
Não deixarei de confiar Naquele que te Levou
E que, enfim, descanso da labuta te presenteou...

Não, "adeus" não lhe direi!
"Até breve" será minha canção.
Não importa onde e quanto tempo leve,
Estarás sempre vivo em meu coração.

Até breve guerreiro...

Olhares...

Há quem diga que atos valem mais que mil palavras...
Há quem diga que as palavras não revelam a verdade...
Mas como questionar o olhar?
Como identificá-lo?
Alguém uma vez disse:
Se teus olhos forem maus,
todo o seu corpo será mal!

Olho para as pessoas e vejo seus olhares
Olhares de quem choram o amor perdido!
Olhar de quem clama por abrigo.
Olhar de quem feliz está
Olhar daquele que ferido vida.

Olhar de lágrimas afiadas.
Olhar de quem já cansou de chorar...
Olhar do homem indeciso...
Olhar daquele que quer se matar!

Olhar da dama apaixonada.
Olhar do homem traiçoeiro.
Olhar do filho abandonado
Olhar do triste forasteiro.

Olhar do preconceituoso.
Olhar da mãe angustiado.
Olhar do filho em desespero.
Olhar do pai falecendo.

Olhar do simplório pescador.
Olhar do amigo entristecido.
Olhar do amigo que se foi...
Olhar do amigo que não voltará.

Olhar da viúva em desatino.
Olhar do homem orgulhoso.
Olhar da criança esperançosa.
Olhar do hipócrita mascarado.

Olhar do político mentiroso.
Olhar do pregador pretencioso.
Olhar do religioso acusador.
Olhar do ateu tão duvidoso.

Olhar de quem ama e se vai.
Olhar do que trai e se desfarça.
Olhar do homem em seus desejos.
Olhar do assassino à espreita.

Olhar da donzela que se respeita.
Olhar da menina que se perdeu.
Olhar da criança que chegou.
Olhar da mãe que seu filho morreu.

Olhar do pregador amoroso.
Olhar da mulher que se vendeu.
Olhar da multidão duvidosa.
Olhar do homem que se arrependeu.

Olhar do homem no espelho.
Olhar do homem que não gosta do que vê.
Olhar do homem em triste lida.
Olhar do solitário que escreve tais linhas.

Olhar do que quer viver.
Olhar do que deseja morrer.
Olhar daquele que perdeu.
Olhar daquele que se arrependeu.

Olhares...
Se Olhares...
Olhamos mais não vemos
Os olhos que se cruzam
são labaredas de vidas.
Muitos olhares se apagaram
Mas ainda olham por algo.
Precisamos olhar e ver mais
perceber mais
amar mais
secar o olhar dos que choram
e mostrar a esperança que ainda existe em nossos olhos,
se é que ela está aí!

Olhe, Olhe mais
Contemple o vil triste homem
Que não vê.
Dá-lhe razão pra enxergar outra vez.
Olhe, olhe a sua volta,
mesmo que não falem
Se olhares
perceberás.
Olhe, não com os olhos
Olhe com o coração!

O Que Realmente Importa!

Quando tudo parece obscuro e incerto
Louvarei Teu Nome.
Quando já não há mais lugar seguro pra estar
E o mar já não é calmo para nadar
Louvarei Teu Nome.
Quando os ventos são fortes
E minhas estruturas não são mais seguras
Louvarei Teu Nome.
Quando sozinho nesta vida caminhar
e as lágrimas não cessarem de cair,
Louvarei Teu Nome.
Quando a religiosidade se tornar vã
E a crença em mim mesmo não tiver
Louvarei Teu Nome.
Quando o mal novamente me assolar
E frieza em mim mesmo estiver,
Louvarei Teu Nome.

Louvarei Teu Nome
Ainda que eu mesmo diga Não.
Louvarei Teu Nome
Mesmo que a dor tente mais alto gritar.
Louvarei Teu Nome
Mesmo se vazio estiver.
Louvarei Teu Nome
Ainda que a morte venha me abater!

Louvar Teu Nome
Não é o que Me resta
Louvar Teu Nome
É Tudo o que Importa.

Quando o Mal nos assola
e a Perda bate à porta
Percebemos que tudo é irreal à nossa volta
E o que é Eterno e Importante
É a única coisa que insistimos em negar durante esta vida:
Estar prostado ante a Ti e Te Louvar...

Pai... Não me deixe esquecer de Ti...


Alan Vieira - 25.10.2010 23:48

FILHO DO HAMAS

Um dos melhores Livros de biografia que li. Vale à pena você ler este. Filho do Hamas conta a históra de MOUSAB HASSAN YOUSEF, filho do fundador do Hamas, é preso ainda adolescente pelo Departamento de Defesa de Israel. Depois de algum tempo recebe uma proposta de uma repartição da Defesa iisraelense chamada SHIN BET para servir de agente duplo. Após aceitar, ele conhece um grupo de cristãos estudantes da Bíblia e da Vida de Jesus, o que começa a mudar sua vida radicalmente no meio do Caos, da Guerra e do Terrorismo. Leia esse livro, da editora de Sextante é encontrado em qualquer livraria.

IMPÉRIO - Deixe Seu Comentário Sobre esta Obra

Império é um livro de ficção cristã que conta a história de um grupo de Jovens que ao saírem para um retiro de carnaval no Rio de Janeiro, são abordados por um grupo encapuzado e armado no meio da madrugada. O que se pensava ser apenas um assalto, se torna uma desesperada luta pela vida quando os homens são revelados como seqüestradores, mas que não pedem nada em troca a princípio. Estes colocam corpos dentro do ônibus onde os jovens estavam e o explodem num posto de gasolina. Com a explosão os corpos ficam carbonizados e irreconhecíveis. Todos pensam que os jovens morreram num trágico acidente, mas estes são levados para dentro de uma mata fechada onde são torturados para que neguem sua fé em Jesus. Ricardo, um missionário que estava às portas de um trabalho evangelístico no Uruguai, desconfia que algo estava errado naquele acidente por acreditar que seu irmão não estava entre os mortos. Além dele, Sônia, uma simples senhora da igreja onde os jovens seqüestrados eram membros, também não acredita ter sido o acidente real e diz que Deus lhe tinha falado em sonhos. Ela, tida como louca, e Ricardo unem forças para tentar desmascarar o falso acidente e correm contra o tempo para salvarem seus entes queridos e seus amigos. Nessa corrida começam ver que estão envolvidos em algo muito maior que o simples desvendar de um seqüestro.

GRILOS NO QUARTO

Quando o dormir se torna difícil
Passamos a ouvir durante o silêncio da noite
Todos os sons que pertubam essa quietude.
Muitos desses sons são emitidos
Por seres que não pedem permissão para entrar em seu quarto.
Eles não respeitam sua vontade ou autoridade.
Assim são os grilos.
Seu cantarolar é contínuo.
Ao acendermos a luz e, com o dissipar da escuridão,
Eles parecem se intimidar e param de cantar.
O parar do cantarolar sugere que eles foram embora.
Ao apagar a luz eles voltam a cantar.
Batemos na parede.
Emitimos sons dizendo que estamos ali,
Que aquele é nosso quarto;
Que eles não têm direito de estarem ali.
Nessa luta contínua eles param de cantar e voltam...
Um ciclo repetitivo e cansativo.
O tempo passa e nos acostumamos com seu cantar
Com o tempo, já não nos incomodamos mais com sua presença.
O tempo continua a passar e começamos a duvidar
Se eles invadiram nossos quartos
Ou fomos nós quem os convidamos à entrar.
Passamos a perceber que eles não somente cantam
No silêncio de nosso quarto à noite.
Eles continuam a cantar em nossas viagens,
Nas reuniões com amigos,
No almoço e no jantar,
Nos momentos de oração,
Nos cultos e no levantar de mãos...
A música é sempre a mesma.
Angustiante, repetitiva, triste, melancólica, acusadora.
Às vezes queremos que a música não esteje ali.
Às vezes nos acostumamos com ela e ali a deixamos.
Não lutamos mais, não nos incomoda mais.
Silêncio quebrado.
Música reveladora.
Visitantes incômodos.
Já não acendemos mais a luz no nosso quarto,
Já não batemos mais na parede,
Já não nos importa mais.

Não convide mais tais grilos.
Não queira mais ouvir sua canção.
Seja no silêncio da noite
ou no caminhar da manhã.
Sua canção não é para ali estar!
Não se acostume com sua cantiga.
Não importe quanto tempo eles insistam em cantar,
Mesmo, que lutando no seu quarto,
E revirando gavetas não os possa encontrar...
Não se acostume com seu murmurar!
Ali, no seu quarto, não é seu lugar!
Eles não têm que ali permanecer!
Mesmo que na sua mente,alma e coração
Sua música insista em ser cantada,
Continue revirando as gavetas,
Continue acendendo a luz, quantas vezes necessário for.
Continue batendo nas paredes,
Ali não é lugar deles!
Grilos... Metáfora de um acusador.
Músicas... Figura de angústia e dor.
Revire seu passado,
Creia que lá a Luz brilhou,
Bata nas paredes do seu corpo!
Lute contra essa canção!
Você não precisa aceitá-la!
Não foi essa a música que Deus cantou
Ao criar você!

A NOITE ESCURA DA ALMA

Quando atravessada a Noite
ela assusta...
Dar as mãos a São João da Cruz e andar nas profundas tristezas.
Compartilhar com Madre Tereza suas dúvidas.
Estar com Martinho Lutero ao ser acusado pelo Diabo.
Ou com o Profeta Elias quando temeu...

Sim, a noite escura é assustadora.
e sim, muitas delas somos nós quem as escolhemos.
Mas ainda sim, ela é assustadora!

Os gritos dos lobos atemorizam.
São como coros demoníacos que lhe mostram
o quanto você é culpado.

As aves noturnas são os próprios pesadelos
sonhados em angustiantes gemidos reais e despertos.

Mas mesmo essa noite ainda traz a beleza.
Ainda há uma esperança.
Fria, ela relembra que ainda encontraremos um cobertor...
Escura, ainda podemos ver as estrelas que brilham...
Em trevas, ainda contemplamos a aurora boreal...
Exemplo que diz suavemente que ainda existe o Sol.

O Sol da Justiça brilhará.
Mas não somente ele.
O Sol da Misericórdia brilhará.
O Sol da Graça já tem Brilhado.
O Sol do Amor me tem alcançado

Às vezes penso
Que a Noite Escura da Alma
É a própria Justiça
Queimando e limpando o mal que restou.

Angustiante,
Solitária,
Contudente,
Triste,
Vazia...

Atravessá-la é desesperador.
Às vezes, na caminhada,
Morrer se torna tentador...
Salário do pecador.

Mas nessa noite,
Os raios da Graça Brilham no céu.
Elas iluminam de várias cores.
Elas trazem à memoria que um dia Chegarei ao Horizonte.

Aurora Boreal... Brilhe nessa fria noite
Traga-me de Volta a esperança que há muito esqueci.
Use o vento, que mesmo frio,
seque essa lágrima porfiada
que ainda insiste em cair...

Angústia cortante
faca afiada que dilareça minh'alma.
Um dia não estarás mais aí.

Que O Sol brilhe nessa fria noite
E que não sinta mais tais açoites
que eu mesmo trouxe até mim!

Brilha Sol... Brilhe à meia Noite
e me leve de novo ao caminho que fugi...

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AOS MEUS AMIGOS
DE LONGE E PERTO
OBRIGADO POR CAMINHAREM AO MEU LADO ESSA NOITE...

IMPERIO III - EXTERMÍNIO

11 de JULHO de 2010

Nessa data comecei a escrever a ecrita do 3º Livro
da série IMPÉRIO.
Em breve estarei postando a sinopse.

CONFISSÃO

A alma anseia por saber quanto mais preciso confessar
O descobrir de quantas lágrimas a derramar.
A luta de querer ser melhor.
O olhar o espelho se tornou um peso.
A Lua que antes abrilhantava minha noite
Ofuscou meu caminhar.
Antes, os sorrisos eram festivos
Agora a mente se enche de dor.
Antes, o ouvir das ondas eram o alívio
Agora,a tristeza e a angústia se tornaram amigas
Amigas com as quais não queria comunhão.
Sou eu. Não sou alguém.
Quem me ouvirá?
Quem de mim, misericórdia terá?
Devo pagar meus defeitos
Apagar meu torpe caminhar.
Lutarei pra ser melhor
Buscando forças que não são minhas.
Preciso de Ti.
Faça-me amar-Te outra vez.
Por mim mesmo não irei.
Por mim mesmo não rirei.
Por mim mesmo não alcançarei.
Por mim mesmo não mudarei.
Não quero viver.
Viver não é isso!
Quero algo mais do que simplesmente existir.
Quero um dia sem lutar contra mim mesmo!
Saber o que é isso?
Utopia?
Não sei.
Mas quero ser o que hoje não sou.
Endireitar meu caminhar.
Alguns não acreditam na minha dor.
Alguns não acreditam nas minhas lágrimas.
Desisti de tentar mostrar meu sofrimento.
Ele está aqui, comigo,
Mostrando-me exatamente quem eu sou!
São lágrimas.
São gritos.
Desespero solitário.
Um foice se levantou contra mim.
Preço da minha decisão.
Que essas asas de Misericórida
Nessa noite fria e escura venham me cobrir.
Preciso caminhar outra vez.
Que meus ossos não envelheçam mais.
Que minha vida diferente seja.
E que minha confissão e arrependimento
Bastem para o regressar ao Primeiro amor.
Venha. Me cubra com suas asas.
Me abrace com Teus braços de Amor.
Quero ser outro,
Não esse.
Que ser Teu.
Sempre.
Me esconda em Teu Esconderijo.
Não me deixe tropeçar outra vez.
Confesso.
Não sou ninguém.
Mas se Tua Sombra estiver aqui.
Algo novo nascerá.

RENASCIMENTO

Começa uma nova etapa na minha vida.
O renascimento...
A Transformação ansiada.
O mortificar daquilo que é mal.
As lágrimas derramadas que um dia
Se tornariam em risos.
E a noite por mim escolhida
Finalmente, com o Sol, encerrada.
O Renascimento não vem do Não Renascimento
Mas é O Renascimento que vem depois do tropeço.
O Recomeçar, Reconstruir, o Reatar...
Milagre depois das lágrimas
Vida depois da Morte
Sorriso depois do Choro.
Festa depois do luto
Mesmo que o tempo ainda não seja de festa
O Sorriso nesse dia, brilhará.

alan vieira