26 de dezembro de 2010

Violência

Quem é você que vem com toda essa fúria
Dizendo que não tem mais solução?
Quem é você que mascarado de força
Tenta ditar as regras nessa vida que logo passará?

Prometi a mim mesmo que não lamentaria
Na caminhada apenas me arrependeria...
Prometi a mim mesmo que contra ti lutaria.
Clamaria por ajuda e a ti resistiria...

Em promessas de amizades te tornastes meu pior inimigo
Com afagos e palavras tranqüilas, fostes a encarnação da hipocrisia.
Na caminhada que me prometestes o mundo, teu presente foi a minha angústia.
No olhar o espelho. Estavas lá... Zombando de minha decadência.

Não quero olhar mais teus olhos sem desejar tua morte.
Prometi a mim mesmo que ela não choraria.
Serei eu quem te levará ao túmulo...
Não será nenhum outro, serei eu!

Nessa guerra somente um sobreviverá.
Nessa luta, sangue derramado será.
E não chorarei o vermelho que não é meu
Tampouco gritarei a dor que suportarei.

Prometi a mim mesmo que guerrearia, e guerrearei!
Contra ti me levantarei e lutarei até morrer!
Violência contra ti clamarei.
Você que me fez conhecer quão porfiada uma lágrima pode ser...

Te tornastes meu pior Inimigo...
Eu que pensei que a Luz Decaída o fosse
E que o mundo que está contra mim fosse a tempestade mais difícil de suportar,
Foi tu, na verdade, o inimigo mais traiçoeiro a me enfrentar...

Já preparei minha arma e os seus tiros,
Os pregos que cravarei em teu corpo prontos já estão.
Todo meu furor direcionado contra ti está
O madeiro onde morrerás já tomou seu lugar.

Prometi a mim mesmo que não lamentaria
Toda violência contra o que é velho já se armou.
Este não mais se levantará,
E contra mim, sua arma não resistirá!

Você, meu maior inimigo...
Ego de um maldito “eu”...
Espelhos quebrados da angústia tolhida
O inimigo mascarado da caminhada não venceu!

Prometi a mim mesmo que não lamentaria!
E não lamentarei a morte que sofrerás
Não me arrependerei de cravar-te naquela cruz
Cruz que meu Mestre me ensinou a levar.

Ego maldito. Morra de uma vez!
Não me traga novamente a angústia, aquilo que lamentei!
Prometi a mim mesmo que eu não choraria
E sua morte definitiva, eu não chorarei!

Se tenho que fazer violência
Contra um somente eu farei
Contra o ego, furtivo da labuta
O único que me impede de ser o que serei!


Em Jesus, amado e consolado
Em Cristo, com outra estrutura
No madeiro, ego crucificado,
Em Cristo, uma Nova Criatura!

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