12 de março de 2011

Diário 12 – Escuridão – 27 de Fevereiro A 05 de Março.

A luz pensa que viaja mais rápido que tudo, mas está errada. Não importa quão rápido a luz viaja, descobre que a escuridão sempre chega antes e está a sua espera.Terry Pratchett.

Sei que é sempre difícil falar sobre esse tipo de coisa. Entretanto, é fato que lutamos contra a escuridão que assola nossas almas. Sempre! Embora não falemos ou não a explicitemos, ela está ali. A questão é o quanto “deixaremos” a Luz iluminá-la e dissipá-la. Outra questão difícil é descobrir até onde e o quanto deixaremos a Luz entrar. Quanto tempo deixaremos as nossas janelas abertas para que o Sol que nunca se põe ilumine lá dentro, aquecendo tudo que antes era frio e amedrontador.

Mas ela está ali. Esperando pra ser iluminada. Esperando e temendo ser dissipada. Algum dia acontecerá. Algum dia ela terá que deixar de existir. Quando? Não sabemos. Mas seu destino traçado está. É nossa esperança. Se não tivermos essa esperança, como continuar então? Calados? Gemendo? Chorando escondido? Não... Ela se dissipará... Enquanto isso não acontece o que resta pra muitos é a ambigüidade da esperança e desesperança guerreando dentro de um só coração.
27.02 – Madrugada. Moto, Frio e Estrelas. (na foto ao lado, esquerda pra direita, Thomaz, eu e Alexander)


Como disse anteriormente minha semana começou meio doida. Alexander que ainda estava comigo depois que Thomaz voltara à sua casa levou-me para um passeio de moto. Saímos por volta da meia noite e meia e subimos a serra saindo de Paracambi e fomos em direção a Mendes e Paulo de Frontin. Passamos pelas duas cidadezinhas e na serra escura, eu podia ver as estrelas, sentado na garupa da moto. Em uma curva, não dobramos direito e quase batemos numa rocha ou algo do tipo. Minhas pernas tremiam. Alexander, percebendo isso, me perguntou o que estava sentido. Eu disse que era frio. Na verdade era mais do que isso!

Chegamos sãos e salvos, graças a Deus, de volta ao Hotel e ao final de tudo, foi muito bom estar com aquele novo amigo. Conversamos até umas 3 da madrugada. Às 5 da manhã, um irmão da igreja me buscou pra levar-me à rodoviária. Dormi cerca de 2 horas apenas. Tentei me encontrar com Chris, meu amigo americano, mas não deu certo, infelizmente.

Desencontros.

Ainda naquele domingo, além de não conseguir encontrar com Chris, não consegui encontrar com meus amigos que eu dormiria na casa deles pra seguir viagem pra Monte Verde no dia seguinte. Meu celular estava descarregado e não tinha como checar os telefones de outras pessoas nas quais poderia estar em suas casas. Além de todos os telefones que me haviam passado estarem errados! O único ponto positivo foi encontrar com meu amigo Natan, antes de todos os meus desencontros, na rodoviária Tietê e termos uma boa e agradável conversa quase três horas. De Rio a São Paulo ainda conheci um Mochileiro de Israel, Tel Aviv. Naquela noite voltei pra Camanducaia e perdi o último ônibus pra Monte Verde o que me fez dormir num hotel. Infelizmente gastei dinheiro que não poderia ter gasto.

28.02 – Novos Alunos.

Chegando a Monte Verde, passei o dia juntos aos meus amigos Aurélio e Tiago mudando de quarto já que no lugar que estamos morando no seminário passaria a ser somente de alunos. Terminamos a arrumação mais de meia noite. Novos alunos chegaram.

01.03 – Meu Livro Outra Vez.

Sei que muitas pessoas que leram meu livro gostaram. Entretanto, fora lançado de maneira independente. Até hoje não havia conseguido uma editora pra reeditá-lo e publicá-lo. Isso me fez desistir já que dia 15 de Março fazem dois anos de seu lançamento. Wanderson, um amigo meu de BH, conversou comigo nesse dia e me fez repensar em muitas coisas. Deu-me novo ânimo e ele chegou a acreditar que meu livro pode ser grande sucesso. Em alguns momentos eu percebi que ele estava acreditando mais no potencial de tudo isso do que eu mesmo. Isso me animou e me deu mais uma prioridade para este ano de 2011: A reedição do meu livro. Se essa for a vontade do Pai, que assim seja. Obrigado Wanderson.

02.03. – Brás: Reencontro com Grandes Amigos do Pará.

Acordei de madrugada e fui de carona para São Paulo com Jean. Ele me deixou em um metrô e fui ao Brás reencontrar com meu amigo Lucas e os novos alunos que ele traria do Pará. Fui lá pra ajudá-los com os locais pra comprarem as coisas mais baratas que eles necessitavam para trazerem para Monte Verde para o treinamento. Passamos o dia juntos, andamos bastante, mas foi muito bom estar com eles: Lucas, Alesson, Iza, Izalene e Wanderson além de duas meninas que não tinha conhecido: Larissa e Elaine. Dormimos perto de Guarulhos na casa de um casal de senhores muito receptivos.

03.03 – Dia comum.

Eu voltei pra Monte Verde e trouxe Alesson comigo. O restante do pessoal ficou ainda em São Paulo pra terminar de fazer algumas coisas. Chegamos no final do Culto e o dia foi tranqüilo apesar de fazermos algumas coisas na base.

04.03 – Escuridão.

Como citado acima, muitas vezes não falamos sobre isso. Às vezes acontece em nossas mentes batalhas quase impossíveis de serem descritas. Explicitá-las em palavras é uma tarefa árdua e quando dita, quase nunca com propriedade. Assim foi minha sexta-feira. Houve momentos que queria chorar e é claro que nos dias de hoje, em meio a nossa igreja evangélica é quase impossível de ver alguém falar sobre isso. Entretanto, confesso que quando me abro com pessoas sobre nossas batalhas da mente, pessoas se abrem comigo e, mesmo sendo batalhas diferentes, todos nós enfrentamos algum tipo de escuridão. Talvez Paulo chame de espinho na carne; talvez São João da Cruz a chame de A Noite Escura da Alma e mesmo alguém como Nietzsche, um dos filósofos mais ateístas de sua época, falou sobre tal escuridão em seus livros. Cristãos ou não, lidamos com ela. A questão é: até que ponto a deixaremos crescer ou se personificar ou até que ponto lutaremos com ela dando nosso sangue? Essa é uma difícil escolha e uma grande batalha! As batalhas estiveram na minha mente e um dos meus amigos conversaram comigo um pouco e foi bom. É interessante e maravilhoso termos amigos que sabem o que passamos simplesmente pelo nosso olhar. E quando perguntam: "Está tudo bem?", é muito mais do que uma pergunta corriqueira. O pessoal do Pará chegou e foi bom tê-los aqui além de vários outros alunos.

05.02 - Visitantes.

Abigail e suas amigas Helen e Raquel nos visitaram aqui na base. Pena que foi pouco tempo ao lado delas. Foi bom estar com elas. Muita chuva. Bastante conversas marcaram meu dia de sábado. Wanderson não conseguiu vir pra Monte Verde e acabei desencontrando com Wladimir, um amigo de Rio Preto – SP. Muita lama na estrada de Monte Verde e um frio que não me incomoda. Em todas as coisas, Deus é sempre bom!

Uma semana já corriqueira pra mim. Encontros, reencontros, novas amizades e trabalho na base e na estradinha tentando colocar entulhos na lama para que os carros consigam chegar à missão. Novos desafios surgem apesar das mesmas lutas. Nesses dias minhas meditações estiveram nos seguintes capítulos da Bíblia: Salmos 95 a 111; Josué 01 a 15 assim como Lucas, também de 01 a 15.

Pequeno sou e desprezado, porém não me esqueço dos teus mandamentos. A Tua Justiça é uma justiça Eterna, e a Tua Lei é a Verdade. Aflição e angústia se apoderam de mim; contudo os teus mandamentos são o meu prazer. A justiça dos teus testemunhos é eterna; dá-me inteligência, e viverei.Salmo 119.141-144.

Nenhum comentário:

Postar um comentário