24 de maio de 2011

DIÁRIO Nº 20 - RELATO DE MOCHILEIRO 11 - 3 ÔNIBUS: CONCEITOS, PRÉ-CONCEITO E PRECONCEITOS!


O que vou relatar nessa postagem é algo complicado de escrever vindo de uma pessoa leiga como eu no assunto. Dar opiniões profundas sobre tal assunto é realmente complicado, pois para tal, precisava entender mais da história do povo, da cultura, do idioma e da maneira de pensar daqueles que citarei.

Entretanto, ao tratar sobre preconceitos... Não muito que aprofundar-se já que preconceito é forte em qualquer área. Sei que também alguns tem interpretado mal esta palavra e dito que alguns têm tido preconceito sobre determinadas áreas quando o que se está em jugo não é preconceito e sim liberdade de expressão... Enfim. Tentarei tratar um pouco, em todo minha simplicidade sobre aquilo que vi abordando um pouco desse tema, que uma simples postagem em um blog como esse não trataria com a propriedade devida.

Contarei meu relato, aquilo que vi e vive e expressarei minha opinião, realçando mais uma vez, simples!

12.05 - Saindo de Cusco.

Eu vinha de dias e dias tão cansado que dessa vez não quis economizar na passagem de ônibus para La Paz. Comprei a mais cara que tinha para Bolivia, mas até então eu iria confortavelmente até meu destino em um "buscama", Leito. Saí de Cusco às 22 horas e chegaria em La Paz por volta das 16 Horas. (lembrando que lá tinha uma hora a mais que Peru).

Um amigo de Kenny, também Inglês, estava indo no mesmo horário que eu e que peguei uma boa amizade ali na Rodoviária de ônibus, seguiria em ônibus diferentes, mas depois estaríamos num mesmo ônibus. Mais à frente relatarei isso.

Deixei Cusco com aquelas imagens na cabeça! La Campa, ficaria pra sempre marcado em minha memória.

13.05 - O Nascer do Sol no Titicaca.


Por volta das 4 e meia da madrugada, paramos em Puno, cidade onde mudaríamos de bus. O ônibus na verdade não passaria por ali, mas havia um "paro", Manifestações Peruanas, no caminho original então precisamos fazer esse "câmbio".



Ali descobri que o meu amigo Inglês e eu pegaríamos o segundo ônibus e o "terceiro" também. Ainda ali eu não sabia que existia um "TERCEIRO!"



Ao subir ao segundo andar da estação eu vi que estávamos de frente ao Titicaca. A cena que vi maravilhou meu coração e fiquei boqueaberto. Não tenho fotos já que a máquina estava quebrada.



Ao longe, havia uma cadeia de montanhas como se estivessem "atrás" daquele maravilhoso lago. Mais havia um detalhe: Havia um "vão" entre as montanhas. Acima, algumas nuvens que pareciam mais um desenho de um habilidoso pintor. O Sol, sublime, começou à nascer, exatamente naquele vão entre as montanhas como se do lago o Sol nascesse. Um visão incrível. A luz refletida no lago parecia vir até onde eu estava como se fosse o Sol a querer me alcançar estendendo seu braço sobre a água.



Ali fiquei a admirar e glorificar a Deus por sua Imensa Criação! Tive ali um grande previlégio! Obrigado Deus!



O Segundo Bus.



Meu número de assento era o 20, mas acabei ficando na poltrona três pois meu amigo inglês confundiu o seu número e eu acabei deixando por isso mesmo. Tanto eu quanto ele sentamos ao lado de peruanos.



A princípio o homem foi muito cortez comigo, principalmente quando soube que eu era brasileiro, mas este senhor seria o pivô da primeira discursão que presenciei naquele dia.



Saindo do PERU.



O ônibus parou e todos nós descemos para dar a saída do País e a entrada na Bolívia. No Busão só tinha estrangeiro. Na fila tinha outras pessoas de outros ônibus e ali, finalmente conheci Pierre, um cara do site da MOCHILEIROS que havíamos feito contato para estarmos nas últimas cidades juntos e com quem havia marcado de estar junto em LA PAZ.



Cruzamos a fronteira e já na Bolívia, um home da empresa que estávamos (Expresso Copacabana) entrou dizendo que nos conduziria até COPACABANA onde trocaríamos de ônibus pela terceira vez (por essa eu não sabia!)



Discussão.



Enquanto todos entrávamos para seguirmos viagem depois da entrada no país, este homem dizia para todos "pase, pase", Para que subíssimos rapidamente, mas particularmente não vi isso como uma falta de educação. O homem ao meu lado se irritou com isso do nada dizendo que ele estava como se enxotasse cachorros. Eu fiquei sem graça pois ele falava comigo mas de uma forma que o senhor que falava ouvisse. Ali começou a discursão.



Não vou dizer como ela se deu nem os pormenores, entretanto não foi agradável ver aquilo! Entretanto, segundo o rapaz que estava ao meu lado, peruanos e bolivianos não se batem muito bem. Não sei até que ponto vai a veracidade disso, mas as coisas que veria mais á frente, talvez me confirmariam tal afirmação.



Em Copacabana.



Passei a viagem dando a atenção a um casal de argentinos maravilhosos que estavam sentados no outro corredor, já que não queria realmente ouvir o que o senhor ao lado tinha a me dizer sobre seus pensamentos preconceituosos.



Ao chegar em Copabacana, meu amigo inglês e eu fomos comer num restaurante para esperar o bendito TERCEIRO ÔNIBUS! Ali no resturante eu veria a segunda coisa que me deixaria irritado!



Sentamos e pedimos hamburguer e o graçom nos atendeu prontamente! NÃO PASSOU 5 MINUTOS, o amigo do inglês, peruano, sentou conosco e pediu o MESMO QUE NÓS! Lembre-se, não passou 5 MINUTOS!!!!!!! Nosso hamburgués veio, (meu e do inglês) e o do nosso amigo peruano não vinha até que eu falei pra ele: Pergunte ao garçom.



Ao pedir o garçom, ele disse: "Olha, o teu hamburguer vai demorar mais de 30 minutos! a casa encheu de clientes e vai demorar!"



A casa encheu? Tinha entrado ali mais ou menos 3 turistas! E o cara tinha pedido 5 minutos depois de nós! Nosso ônibus sairia em 20 minutos e o graçom sabia disso pois lhe havíamos dito! E caramba! Onde nessa Terra um único mísero hambúrguer se demora mais de trinta minutos! Eu fiquei furioso!



Se o peruano havia tratado mal ao boliviano no busão, agora acontecia ao contrário. Aquele jovem ficou constrangido. Eu mais! Logo pedi a conta e fui mal educado pela primeira vez com um garçom, levantei daquele droga de restaurante uma fera!



Na verdade não sei se o restaurante era uma droga! Mas atitude do graçom foi uma!



O Terceiro!



Finalmente pegamos o terceiro e último ônibus que nos deixaria em La Paz nas próximas 2 horas e meia. Uma menina que recolhia os tickets para entrarmos no ônibus tratou mal meu amigo inglês ao dizer que sua passagem não era daquele ônibus. Ele lhe perguntou educamente pra onde ele deveria ir e ela disse que isso não era da conta dela e gritou com ele.



Não! Ali já era demais. Eu entreguei meu ticket pra ela e fui ajudá-lo a buscar seu ônibus, ao voltar a "bendita" não queria eu deixar entrar no ônibus por que eu não tinha dado o ticket! PERDI A PACIÊNCIA! Aí fui eu quem exaltou a voz com ela!



Ela se lembrou... Menos mal!



Dentro do ônibus a namorada de um francês ainda estava do lado de fora quando o ônibus começou a andar, mas era só pra dar lugar pra outro carro, creio e o francês disse pra esperarem pois sua namorada estava do lado de fora. Essa mesma "bendita" começou a gritar com o francês! Essa mulher só podia ser louca! Aí eu comecei a falar alto no busão num maravilhoso "portunhol" devido minha raiva. Aquela mulher conseguiu acabar com o pouco de sensatez que me tinha restado naquele dia devido a tudo que eu vi!



A namorada do francês voltou ao busão e meu amigo inglês também já que não tinha mais lugar no outro ônibus! =S



Creio que o ser amável idepende da cultura ou da nacionalidade. Eu encontrei pessoas amáveis e desagradáveis em todos os lugares que já estive e sempre tento ser amável, mas ali, naquele dia, com aquela menina foi impossível! Ela não nos acompanhou a viagem para o bem de todos nós (ou dela mesmo).



Determinado momento curzamos o titikaka de balsa e foi uma sensação maravilhosa. Finalmente chegamos em LA PAZ e eu e meu amigo inglês seguimos para o mesmo Hostel!



CONCLUSÃO!



Não quero aqui criticar uma nacionalidade ou outra senão cairia, talvez, no mesmo erro. Certos tipos de preconceitos ou conceitos ou pré-conceitos exitem em todos os lados. Aqui no Brasil por exemplo, há muitos cariocas que não gostam de paulistas e paulistas que não gostam de cariocas. Por que? Isso é mais do que simples comportamento, é histórico e muitas vezes só adquirimos nossos preconceitos de outros porque alguns disseram e ninguém busca a raiz disso!



Isso acontece em todos os lados entre pessoas de diferentes raças, religiões e atnias. Etnocentrismo besta!



Como disse anteriormente, "A bondade, assim como a maldade não possuem nacionalidade". Pessoas boas e pessoas más nascem em todos os lados. O nascer em determinada região pode definir muitas coisas devido ao convívio com outros pelo que se ouve e pelo que se aprende. Mas buscar o certo, o justo, o não ter acepção é algo que se luta pra ter... É lutar contra nosso conceitos errados. É lutar contra os preconceitos dentro de nós mesmos contra cor, raça, etnia ou religião de alguém!



Mesmo pensando diferente podemos, sim, olharmos pras pessoas como seres humanos que são! Buscar o bom! Mas creio que não podemos dizer que o fator de uma pessoa ter nascido em uma região não a definirá como boa ou má.



No Brasil, a mídia principalmente colocar algumas coisas ruins na nossa mente sobre os argentinos. Eles são um povo maravilhoso! Convivendo e estando lá você perceve que nossa única diferença é a torcida no futebol.



Enfim, como disse antes, sou muito leigo a tratar desse assunto, mas aprendi e tenho aprendido a vencer os maus conceitos, os conceitos pré concebidos e os preconceitos dentro de mim mesmo.



Termino contando algo que um amigo me contou sobre um casal belga que viaja a América Latina já há dois anos. Quando alguém pergunta pra eles de onde eles são, eles dizem que não gostam de dizer de onde são, pois se consideram cidadãos da TERRA e que o lugar do seu nascimento não o fazem melhores ou piores que ninguém, pois todos somos iguais.



Diante de Deus também somos iguais. Deus não vê diferenças entre nós! Brasileiros e Argentinos, Bolivianos e Peruanos, Macedônios e Gregos, Árabes e Judeus, Asiáticos, Africanos, Europeus, Americanos... Somos todos iguais perante Deus! Um dia, gentes de todas as línguas, tribos e nações estarão diante do Cordeiro adorando-o! Ali seremos um único povo, o Povo Do Senhor, Lavado e Remido no Seu Sangue!....



Próximo Relato: La Paz, A Cidade das Pombas e A Estrada da Morte!






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